Trilogia Bourne: Como os corruptos tentam controlar uma alma

Hollywood tem em sua história recente três grandes franquias de espionagem: 007, Missão Impossível e a franqua Bourne, composta pela Identidade Bourne, Supermacia Bourne e Ultimato Bourne, para mim a franquia bourne é o mais perto que a industria massiva do cinema americano chegou de mostrar por meio da ficcção de ação a hipocresia de seu próprio país. No decorrer dos três filmes somos apresentados ao personagem de Jason Bourne, um agente misterioso da CIA, que durante uma missão perde sua memória e não se lembra mais de quem é, nem o que faz, e de repente se vê caçado por outros agentes da própria CIA. A sua jornada para descobrir sua identidade e seu passado, é marcada por vários percalços, já que ele é considerado uma ameça nacional para o governo dos Estados Unidos. Acompanhamos Boune, durante os três filmes, nos perguntando o porque de ele estar sendo procurado com tanto afinco pelo país que ele jurou defender. A trama do filme toca em vários pontos sensíveis da política e mostra como o governo se comporta quando tem um rebelde em suas mãos; se ele é perigoso para o status quo, tentam silenciá-lo se são impedidos por superiores, chantageiam, subornam e evadem leis para cumprir seus objetivos, tendo sido sempre assim, não só no caso norte- americano em situações, como o Irã, Iemen, Omã, Iraque, Golfo e em tantos outros locais, principalmente pós ataque das torres gêmeas, com o inicio da ''guerra ao terror'' promovida por George W. Bush. A trama do filme se desenrola e mostra que Jason é um agente ultra secreto da CIA, que só performa missões de assasinato de grandes figuras que ''atrapalham'' o andamento da pólitica internacional estadounidense, mas o interessante é notar que Jason se questiona se o que ele já fez em nome da nação é o não correto em todo o decorrer dos três filmes enquanto tenta escapar dos seus ''ex- colegas'', o filme não esconde a hipocresia do alto escação do poder, enquanto podemos julgar que as ações de Bourne, são de certa maneira desmedidas, vemos que os opositores que ele mesmo lida são muito piores que ele. O filme é agil, e é um filme sobre vingança pessoal e espionagem, mas ao contrario dos James Bonds e Ethan Hunts, Jason Bourne, não é uma maquina fria que jura lealdade a bandeira e sempre termina a missão não importa aas consequencias de seus atos; ao contrário no mundo de Bourne, cada ação que ele toma gera no espectador uma reflexão de cunho moral e ético, dando muito mais peso as cenas, mesmo que de certa forma elas sejam versões mais condensadas do material original que deu origem a serie de filmes. A obra é um clássico do genero de ação e pode ser visto como tal, mas no entanto, se friamente analisada e refletida sobre tal prisma, pode ser um estudo de como o centro de poder sempre tenta anular o cunho individual de qualquer esfera pessoal da vida privada. É certo um orgão governamental ter tanto poder que possa controlar a vida de seus funcionários a mão de ferro, e sem chance de discordância, o poder corrompe, ou é um mal necessário? São essas, e tantas outras questões que podemos nós perguntar ao assistir essa trilogia, além de nos divertimos com um filme bem feito e empolgante que ao contrário de seus outros colegas de genêro não tenta pintar seu protagonista como um herói invencivel, ou charmoso demais pra ser ignorado, mas sim, que nesse sentido é muito mais realista mostrando um homem que perde tudo e tenta recuperar ao menos sua identidade que sua patria roubou dele.

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